domingo, 4 de novembro de 2012

Koyaanisqatsi

http://www.koyaanisqatsi.org/films/koyaanisqatsi.php

koyaanisqatsi


Koyaanisqatsi, também conhecido como Koyaanisqatsi: Life Out of Balance, é um filme documentário de 1982 dirigido por Godfrey Reggio com música de Philip Glass e cinematografia de Ron Fricke.
O filme consiste primariamente de imagens de arquivos em câmera lenta e em time-lapse, mostrando cidades e muitas paisagens naturais dos Estados Unidos. Com o visual de poema sinfônico, o filme não contém nenhum diálogo ou narração; seu tom é estabelecido pela justaposição de imagens e música. Reggio explica a falta de diálogo dizendo, "Não é por falta de amor à linguagem que estes filmes não têm palavras. É porque, do meu ponto de vista, nossa linguagem está em um estado de vasta humilhação. Não descreve mais o mundo em que vivemos". Na língua hopiKoyaanisqatsisignifica "vida maluca, vida em turbilhão, vida fora de equilíbrio, vida se desintegrando, um estado de vida que pede uma outra maneira de se viver". O filme é o primeiro da trilogia Qatsi: foi seguido porPowaqqatsi (1988) e Naqoyqatsi (2002). A trilogia mostra diferentes aspectos das relações entre humanos, natureza e tecnologia. Koyaanisqatsi é o mais conhecido dos três e é considerado um filmecult.
Em 2000, Koyaanisqatsi foi selecionado para preservação pelo National Film Registry da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos como sendo "culturalmente, historicamente, ou esteticamente significante".
O filme contém várias sequências cinemáticas acompanhadas por vários temas musicais. Os capítulos do DVD de Koyaanisqatsi são separados e nomeados de acordo com os títulos das músicas da trilha sonora. A primeira imagem do filme é um pictograma fremont localizado no Parque Nacional de CanyonlandsUtah. A seção mostrada apresenta várias figuras escuras e sobreadas em pé ao lado de uma figura ainda maior com uma coroa. A próxima imagem é um close do foguete Saturno V, dasmissões Apollo, em lançamento. O filme desbota até uma tomada de um deserto, iniciando o capítulo "Organic". Daqui, prossegue imagens de várias paisagens naturais e fenômenos, como ondas e nuvens.
A introdução do envolvimento humano no ambiente é uma tomada aérea baixa de água agitada, cortando para uma tomada similar de várias flores sendo cultivadas. Depois de tomadas aéreas de várias formações naturais de pedra, erodidas pelas águas do Lago Powell, é mostrado um enorme caminhão de mineração levantando poeira no capítulo intitulado "Resource". É seguido por tomadas de linhas de transmissão de energia no deserto. O contínuo envolvimento do Homem no ambiente é mostrado através de imagens de mineração, campos de petróleo, tomadas aéreas da Estação Geradora de Navajo, a Represa de Glen Cayon e imagens de arquivo de várias explosões atômicas no deserto de Nevada. Depois das bombas atômicas, a sequência intitulada de "Vessels" começa uma imagem de banhistas tomando sol na praia, virando-se para a Estação Geradora Nuclear de San Onofre, mostrando quão esquecidos os banhistas estão por estarem tão perto da mesma energia das bombas atômicas. "Vessels" contém a tomada ininterrupta mais longa do filme: uma imagem de três minutos e trinta e dois segundos de dois Boeings 747 da United Airlines taxiando na pista do aeroporto. "Vessels" também contém tomadas de padrões de tráfego durante a hora do rush na autoestrada de Los Angeles e uma tomada de um enorme estacionamento. Segue-se imagens de arquivo de tanques soviéticos em fila, um avião B-1 Lancer em voo e imagens dos marinheiros da USS Enterprise em formação no deque para fazer a famosa equação E = mc².
A justaposição de homem e natureza é vista de novo no capítulo "Cloudscape". A fotografia em time-lapse de sombras e nuvens, é vista se movendo pelos prédios de Nova York. A sequência "Pruit Igoe" contém várias imagens de projetos habitacionais em ruínas, incluindo imagens da decadência e demolição do projeto habitacional de Pruitt-Igoe. O projeto era conhecido por seu desenho modernista, porém rapidamente entrou em ruína. A sequência 
termina com imagens de arquivo da demolição de vários prédios, dentre eles, o Edifício Mendes Caldeira em São Paulo. A sequência conhecida como "Slo Mo People" começa com um time-lapse de uma multidão que parece estar esperando em uma fila. Segue-se imagens de pessoas andando pelas ruas de Nova York em câmera lenta.
"The Grid" é a sequência mais longa do filme, com mais de 21 minutos de duração. O tema cinemático dessas sequência é a velocidade da vida moderna. Ela começa com uma tomada de prédios e uma tomada do pôr do Sol refletida em um prédio. A sequência utiliza fotografia em time-lapse de atividades da vida moderna. Os eventos envolvem pessoas interagindo com a tecnologia moderna. As primeiras tomadas são padrões de tráfego vistas de um prédio a noite. Isso é seguido pela tomada icônica do filme: a Lua passando por de trás de um prédio. As próximas tomadas são closes de carros na autoestrada. Enquanto as pessoas se apressam para chegar ao trabalho, o Sol nasce. O filme mostra a velocidade normal a operação de máquinas empacotando salsichas. Pessoas são vistas classificando mensagens, costurando jeans, manufaturando televisões e fazendo outros trabalhos que envolvem a tecnologia moderna. Uma tomada de cachorros-quentes em transportadores é seguida por imagens de pessoas em escadas rolantes. A velocidade frenética e o ritmo dos cortes e da música não diminui enquanto o lazer da vida moderna é mostrado. Pessoas comem, brincam, fazem compras e trabalham na mesma velocidade. A sequência mostra a fabricação de um carro em uma fábrica altamente mecanizada.
Mais imagens de rodovias são mostradas, desta vez a luz do dia. O filme mostra o movimento de carros, carrinhos de compras, televisões sendo fabricadas, um elevador subindo e descendo em uma perspectiva de primeira pessoa e mais pessoas em escadas rolantes. Segue-se clipes de vários monitores de TV sendo zapeados em alta velocidade. Clipes incluem um acidente de carro, telejornais, jogos de futebol americano e comerciais. O filme, em câmera lenta, então mostra várias pessoas reagindo ao fato de estarem sendo filmadas na rua. Ela obviamente sabem da presença da câmera, tendo diferentes reações. A câmera fica neles até perceberem sua presença e olharem diretamente para ela. Então é visto carros se movendo muito mais rápido que antes Tanto a sequência como a música terminam sem resolução.
"Microships" justapõe imagens de microships e imagens de satélite de áreas metropolitanas, fazendo uma comparação com seus traçados. "Prophecies" mostra várias pessoas de diferentes classes sociais, desde mendigos até debutantes. A cena onde bombeiros andam por uma rua esfumaçada foi filmada logo após aos motins de seguiram o blackout de Nova York em 1977. "Ending" mostra imagens de arquivo do lançamento de um foguete e depois o mesmo explodindo. Apesar de semelhantes, as imagens de foguetes usadas no início e no final do filme são eventos separados; a primeira é a do foguete Saturno V, enquanto a segunda é o primeiro foguete Atlas-Centaur, lançado em 8 de maio de 1962. A imagem segue o foguete em chamas até cair na terra. O filme chega a um ciclo completo com uma tomada de uma porção diferente do pictograma visto no início. É similar à primeira tomada, porém sem as figuras escuras e sombreadas.

[editar]



Origem

Em 1972, Godfrey Reggio, do Instituto Regional de Educação (IRE), estava trabalhando em uma campnha de mídia em AlbuquerqueNovo México, que era patrocinada pela União Americana pelas Liberdades Civis (UALC). A campnha envolvia invasões de privacidade e o uso da tecnologia para controle de comportamento. Ao invés de se criar um serviço de anúncios públicos, que Reggio achou que "não possuiam visibilidade", espaços publicitários foram comprados na televisão, rádio, jornais e placas.[6] Mais de 30 placas publicitárias foram usadas na campanha, e um dos desenhos tinha o close de um olho humano, que Reggio descreveu como uma "imagem horripilante".[7] Para produzir os comerciais de televisão, a IRE contratou o diretor de fotografia Ron Fricke, que trabalhou no projeto por dois anos. Os anúncios de televisão foram ao ar durante o horário nobre, se tornando tão populares que os telespectadores iriam ligar para as emissoras para saber quando o próximo comercial iria ao ar.[6] Reggio descreveu os dois anos de campanha como "exrtaordinariamente bem sucedidos", e como resultado, Ritalina (metilfenidato) foi elimada como uma droga de modificação de comportamento em muitas escolas do Novo México.[7] Depois da campanha ter se encerrado, a UALC eventualmente retirou seu patrocínio, e a IRE tentou, sem sucesso, conseguir milhões de dólares em uma arrecadação de fundos em Washington, D. C.. O estúdio tinha apenas US$ 40.000 sobrando no orçamento, e Reggio não sabia como usar a pequena quantidade de fundos. Fricke insistiu com Reggio de que o dinheiro poderia ser usada para produzir um filme, que eventualmente levou a produção de Koyaanisqatsi.[8]

Filmagens

A demolição do projeto habitacional de Pruitt-Igoe em St. LouisMissouri, foi uma das primeiras cenas a serem filmadas quando a produção começou em 1975.
Reggio e Fricke escolheram filmar imagens sem roteiro e então editá-las em um filme de uma hora de duração.[8] A produção começou em 1975 em St. LouisMissouri.[9] Filme de 16 mm foi usado devido a restrições orçamentárias, apesar de preferência para se filmar em 35 mm.[9][10] Imagens do projeto habitacional de Pruitt-Igoe foram filmadas de um helicóptero, e Fricke quase desmaiou durante as filmagens, nunca tendo antes voado de helicóptero.[8] Reggio escolheu filmar em Chicago, Washington e Nova York. Já que não havia nenhum roteiro formal, Fricke filmou tudo o que ele achou que "ficaria bom em um filme".[11]Enquanto filmava em Nova York, Fricke desenvolveu uma ideia para filmar retratos de pessoas. Um pano de fundo cinza foi colocado na Times Square, Fricke ficou três metros para trás com uma câmera. As pessoas que passavam começaram a posar para a câmera, achando que era uma máquina fotográfica, e várias tomadas acabaram no filme. Reggio não estava em locação na Times Square quando Fricke fez a filmagem e achou que a ideia dos retratos era "tola". Ao ver as gravações, Reggio decidiu dedicar uma sessão inteira do filme para os retratos das pessoas. As imagens foram processadas com uma substância química especial para realçar as sombras e os detalhes, já que todas as imagens foram feitas com luz natural. Os US$ 40.000 da IRE acabaram após a filmagem, e quase dois rolos de filme haviam sido usados. As filmagens não editadas foram exibidas em Santa Fé, Novo México, porém Fricke disse que elas eram "muito chatas" e que não haviam muits tomadas usáveis.[11] Fricke acabou se mudando para Los Angeles, arrumando um emprego como garçom, não conseguindo um emprego na indústria cinematográfica. Enquanto Fricke estava trabalhando em Los Angeles, ele editou a imagem em um rolo de 20 minutos, porém "sem elvar em conta mensagem ou conteúdo político".[11]